quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Leite de Vaca- Bandido ou Mocinho?




Temos por definição de leite como o líquido nutritivo produzido pelas glândulas mamárias das fêmeas dos mamíferos. O leite é a principal fonte de nutrição para os recém-nascidos até que eles sejam capazes de digerir alimentos mais diversificados. No entanto¸ se quisermos obedecer às leis naturais¸ deveríamos parar de tomar leite assim que nascem os dentes. A esta altura¸ o leite¸ mesmo humano¸ deixa de ser um alimento completo. É o que acontece com os demais mamíferos¸ que mudam sua dieta logo que nascem os dentes. Os seres humanos são os únicos animais que continuam a se alimentar de leite – obviamente de outros animais – durante toda a vida.
Alguns adeptos de alimentação natural com base macrobiótica afirmam que o leite de cada mamífero é adequado para cada espécie.
A estrutura do leite de vaca é própria para bezerros¸ mas não exatamente adequada para os homens¸ visto que o bezerro cresce cerca de dez vezes mais rapidamente que os humanos nos primeiros meses de vida.A composição nutricional desse leite também é muito diferente. Os anticorpos gerados pelo organismo da vaca para a defesa imunológica do bezerro tornam-se antígenos para os seres humanos e podem desencadear distúrbios alérgicos de várias proporções. Os níveis de caseína, uma proteína do leite, contidos no leite de vaca também são bem diferentes dos níveis contidos no leite humano¸ não sendo adequados para o nosso organismo. A caseína é um dos principais componentes alérgicos presentes por possuir a propriedade de ativar células mastóides¸ sendo que quando esta ativação se dá nas células mastóides presentes no intestino¸ ocorre a liberação de histamina (resposta alérgica).
Quando falamos de intolerância ao leite, podemos observar 2 tipos.
A total e a parcial.
A total é facilmente identificada por seus sintomas agressivos imediatamente após o consumo do leite. Já na intolerância parcial o diagnóstico é mais sutil e por vezes passa até despercebido pois os sintomas se caracterizam com outras patologias.
Na intolerância parcial, é possível consumir a lactose de forma fracionada e também consumir alimentos que possuem teor baixo da lactose, por exemplo iogurte e queijos.

A lactose não digerida permanece no intestino onde sofre ação de bactérias fermentativas¸ ocasionando a formação de ácido lático e outros ácidos¸ podendo causar: náuseas¸ gases¸ cãibras¸ distensão e cólica abdominal¸ flatulência e diarréia¸ dores de cabeça...
Há casos em que a absorção de alguns nutrientes sejam prejudicados.

Mas vamos ao lado “mocinho”do leite.
É um alimento nutritivo, rico em proteínas, fonte de cálcio, fósforo, algumas vitaminas do complexo B e vitamina D.
No leite morno, por exemplo, há boa quantidade de triptofano, uma aminoácido importantíssimo na fabricação da serotonina, hormônio que dá sensação de bem estar e prazer. Já vi casos na pratica clínica que, quando retiramos o leite, o paciente fica mais ávida por doces.
Também temos que concondar que as preparações que são a base de leite e principalmente seus derivados são muito saborosas e, para muitos, seria um sacrifício sem tamanho retira-lo da alimentação.
Como a alimentação atual é rica em xenobióticos (corantes, conservantes, substancias maléficas à saúde), para se ter uma alimentação “perfeita"seria um passo um tanto radical, possível para um grupo restrito de pessoas.
Vendo esse quadro, não vejo grandes vantagens em se retirar o leite, visto que no lugar deste pode-se colocar alimentos com desvantagens piores ao organismo.
Por isso a grande importância da individualidade de cada um.

Se o individuo é intolerante, cabe a ele retirar o leite da alimentação e procurar um profissional para ajustar as quantidades de cálcio e outros nutrientes em sua alimentação.
Se é um atleta, também deve-se respeitar a fase que esse se encontrar e correr menos riscos possíveis ao resultado da sua performance.
Na verdade tudo irá depender de fatores individuais¸ tais como: objetivo¸ grau de intolerância¸ histórico patológico¸ hábitos alimentares¸ etc. A individualidade biológica deve sempre ser respeitada. Portanto¸ um acompanhamento individualizado com um profissional devidamente habilitado sempre se faz necessário.

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